Foto: Sinteam

Cidade que chegou a registrar a segunda maior taxa de mortes do país em junho com 45 mortes por dia devido à pandemia de Covid-19, Manaus enfrenta novas medidas de isolamento social decretadas pela prefeitura. Entre elas o fechamento de praias e a restrição de horário em bares e restaurantes. Entretanto, na esfera estadual as aulas presenciais nas escolas do ensino médio foram retomadas e o ensino fundamental vive a segunda semana de reabertura.

Cerca de 2.500 professores tiveram resultados positivos em testes de covid-19 após o retorno às aulas, conforme o Sindicato dos Professores e Pedagogos do Amazonas (Asprom-Sindical), que acompanha o crescimento diário no número de casos confirmados, com uma leve retração esta semana.

Em um comunicado da Fiocruz, o epidemiologista Jesen Orellana recomendou que a capital volte a adotar o lockdown diante do aumento no número de casos. O comunicado foi desautorizado pela instituição de pesquisa dias depois, que minimizou os resultados do estudo.

Diante da guerra de versões sobre uma segunda onda, estudantes, professores e cientistas protagonizam embate contra órgãos de governo em busca de audiências, reuniões e protocolos que definam um retorno seguro às escolas.

Os professores filiados a pelo menos dois sindicatos em Manaus, a Asprom-Sindical e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), lideram um ciclo de manifestações para expor as controvérsias e denunciar que o retorno pode ter contribuído para um cenário de segunda onda.

Para a professora Alessandra Ramos, o governo erra ao decretar não só o retorno, mas suspender medidas de isolamento mais rígidas, como o lockdown. “O próprio governo já assumiu que errou no número de mortes no pico da pandemia em junho. Ele (o governo) está errando em não decretar o lockdown em Manaus. E agora os professores é que são obrigados a serem o teste da segunda onda”, diz.

O cenário sobre o retorno às aulas e o aumento de casos por Covid-19 é o tema do Papo NINJA desta terça-feira (6), com os convidados Breendo Cazuza, da União Nacional dos Estudantes (UNE), e a professora Beatriz Calheiro, do Sinteam.

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