Um projeto elaborado pela Comissão Europeia visa combater o “desmatamento importado”, tendo o Brasil como importante foco. A ideia é incentivar o consumo de commodities de cadeias de abastecimento que estejam livres do desmatamento.
Além disso, um grupo de 40 supermercados britânicos publicou uma carta aberta em que ameaça boicotar produtos brasileiros caso seja aprovado o PL da Grilagem, projeto de lei que dá o aval para invasão e grilagem de terras, amplia os conflitos com povos originários e amplia o desmatamento da Amazônia.
Commodities são produtos, geralmente produzidos em larga escala, que funcionam como matéria-prima para outras produções, podendo ser estocado sem perder qualidade. No Brasil, os principais produtos exportados são couro, soja, milho, café, borracha. São produtos cuja exportação poderá ser enquadrada como “perigosa” para o desmatamento de florestas tropicais conforme ações ambientais europeias. As informações foram obtidas por fontes de Bruxelas, sede do bloco europeu e apuradas pelo jornal Valor Econômico.
Produtos que tenham trabalho escravo envolvido, de terras invadidas, que afetam fauna, flora e toda biodiversidade, com agrotóxicos, são pontuações que fortalecem o “selo” de produto perigoso para importação.
O boicote a produtos brasileiros não é uma novidade. Em 2019, quando a Amazônia tomou os noticiários internacionais em meio à crise e devastação ambiental, europeus já se alertavam para prejudicar o comércio com o Brasil como forma de combater a ampliação do desmatamento. A medida era tomada especialmente porque o governo brasileiro, em vez de apresentar políticas de combate à crise ambiental, acelerava em medidas antiambientalistas.
Em 2020 não tem sido diferente. O ministro de Meio Ambiente Ricardo Salles, em diálogo de reunião entre ministros que foi a público, afirmou em aproveitar o clima de pandemia para “passar a boiada”. Além de Bolsonaro reforça agenda contra o meio ambiente, estampando manchetes de jornais fora do Brasil, o governo continua a avançar em medidas que aceleram o desmatamento.
Com informações da ANDA, Valor Econômico e GreenMe.