“A única queimada do mundo que não muda é desmatamento”, diz Douglas Morton.
Ele é chefe do laboratório de Ciências da Biosfera da NASA, que há quase 20 anos acompanha os padrões de fogo na Amazônia. O cientista explicou o resultado de uma nova ferramenta da agência, que classifica com precisão e sensibilidade as diversas características do fogo na natureza.
Características que permitem, por exemplo, dizer quando trata-se de queimada de limpeza de um pequeno agricultor, e quando são queimadas de desflorestamento.
“É uma pilha de madeira que não anda”. Ele explica que o fazendeiro faz a derrubada da mata e deixa a madeira no local para ser queimada. E é comum que o processo precise ser refeito várias vezes. “Vamos detectar uma pilha de madeira queimando. Depois, fazem uma linha de madeira novamente para queimar. E então pudemos ver uma queimada dez, 15 dias no mesmo lugar. Só tem um padrão possível para isso: desmatamento”.
O cientista explica que, normalmente, as queimadas em uma área de desmatamento são mais intensas do que outros tipos de queimada – até 10 ou 20 vezes – porque tem mais combustível queimando.