A presença do Pastor Ricardo Lopes Dias na região de maior índice de povos isolados do mundo, o Vale do Javari, no Sul do Amazonas, vem sendo duramente criticada por lideranças indígenas que acusam o coordenador de isolados da Funai (Fundação Nacional do Índio) de instigar conflito entre os povos.
Em uma nota pública de repúdio, a UNIVAJA se manifesta contra ida do pastor até uma área de aldeias com indígenas isolados alertando para o risco da contaminação de covid-19.
“Lembramos a sociedade que foi exatamente as equipes de saúde do Estado brasileiro no mês de junho/20, realizando quarentena pouco rigorosas na cidade de Atalaia do Norte – AM, que contaminaram as aldeias Matsés e Kanamary na sub-região do médio rio Javari. Essa situação ganha dimensão ainda mais grave tendo em vista que as Bases da Funai são as responsáveis pelo atendimento direto do povo Korubo de recente contato como também de atuar”, diz trecho da nota.
Diminuir o fluxo de pessoas nas bases, seguir protocolos rígidos de quarentena, seguir as diretrizes de planos de contingência para situações de contato e surtos epidêmicos foram diretrizes apresentadas pela União ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB e alguns partidos políticos, “e que agora estão sendo afrontadas pela própria Funai”, afirmam na nota.
“O que faltam são recursos financeiros, que poderiam ser melhores otimizados se não fossem gastos em passeios de helicópteros militares para ações que não são atividades essenciais e não vão contribuir com o atual cenário de penúria em que se encontra as equipes em campo”.
Já são quase 30 mil indígenas infectados com covid-19, sendo 761 mortos e 155 povos afetados, de acordo com levantamento da @apib