Uma campanha coletiva contra a grilagem. A rede NINJA ambiental promoveu nesta semana mais uma oportunidade de engajamento em ações que visem combater a grilagem na Amazônia, isto é, o roubo de terras públicas. Uma oficina criativa reuniu estudantes, jornalistas e designers, na última quinta-feira (25), para um exercício colaborativo de campanha nas redes que possa impedir o avanço do Projeto de Lei 2633, conhecido como PL da Grilagem. Integrado à pauta ruralista e anti-indigenista, o projeto é uma das prioridades do novo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), eleito a partir de articulação do Planalto.
“Muitas organizações atuaram para impedir o avanço do projeto até que ele fosse arquivado. À época foram várias linguagens e vários formatos que já foram usados”, lembra Raíssa Galvão, que coordena a rede NINJA Ambiental, ao comentar em oficina sobre as campanhas realizadas nas redes contra o PL da Grilagem quando ainda era uma Medida Provisória. Na oportunidade, a oficina pôde exibir vídeos, cards e ações de incidência nas redes que mobilizaram diversos ativistas e iniciativas ambientais, além de celebridades e outros nomes de destaque no cenário brasileiro, colaborando na pressão sobre o Congresso Nacional.
“Um dos nossos grandes desafios hoje é comunicar com o universo de pessoas que têm potencial de engajamento com o tema, mas ainda mal sabem o que é grilagem”, disse Clayton Nobre, integrante da Mídia NINJA, pontuando o exercício oferecido pela oficina que trabalhou em ideais que pudessem traduzir o tema da grilagem a públicos diversos. Divididos em equipes, o participantes puderem exercer a escrita de um plano que visasse a construção de campanhas tendo como audiência o grande público, os parlamentares e as organizações internacionais. Com diversas ideias colocadas na mesa, a hora agora é de trabalhar. Ao final da oficina, um chat foi criado para dar continuidade aos planos apresentados.
Vale lembrar que a PL da grilagem já tem relator novo e deverá ser ainda mais flexível aos ruralistas que o projeto estipulado no acordo em 2020. O presidente da Câmara escalou Neri Geller (PP-MT) para fazer o parecer do projeto.