Nesta segunda-feira, 17, foi Dia internacional de combate a LGBTIfobia. Mas todo dia é de luta! No dia 17 de maio, há 35 anos, a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, não foi ali que a diversidade, a orientação sexual e a identidade de gênero passaram a ser respeitadas.
O Brasil é um dos países que mais invisibiliza e mata LGBTQIAP+ em todo o mundo. A cada 19 horas uma pessoa LGBTQIAP+ é morta e a cada hora uma é agredida. Por isso, essa data não é apenas comemorativa, mas principalmente um dia simbólico, reflexivo e de resistência a toda e qualquer tipo de opressão e intolerância.
ESTEREÓTIPOS DA SEXUALIDADE INDíGENA E QUILOMBOLA
Falar sobre a orientação sexual dentro dos territórios indígenas e quilombolas ainda é um tabu. Grande parte desses territórios ainda estão presos a tradições e crenças carregadas de preconceito e falta de informação, já que esse não é um assunto que costuma ser debatido dentro destas comunidades. Dessa forma, a sexualidade e os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo acabam sendo silenciadas.
“Ser um LGBT quilombola é um ato de resistência, por que através da nossa luta conseguimos mostrar que nossa sexualidade não é um problema” Esse é o desabafo de Leonaldo Carvalho, quilombola, homossexual, biólogo formado na Universidade Federal do Pará e consciente da sua importância na sociedade e no seu quilombo.
Ele explica que tem sido cansativo existir dentro de uma comunidade que oprime e que ver os homossexuais como motivo de chacota, mas afirma ‘aos poucos vamos conseguir reverter esse quadro”.
“ Nós estamos aqui, mas muitas vezes nossas falas são tomadas, não temos lugar pra falar sobre essa perspectiva” explicou Matheus Cairu, indígena wapixana miss trans Roraima, sobre os muitos questionamentos relacionados a existência de indígenas LGBTs.
A homofobia, não é algo novo para os indígenas, quilombolas ou para a sociedade em si. Porém é preciso combate-la, não com as armas do ódio, mas sim com a reafirmação de identidade, fazendo revolução e dizendo sim a todas as formas de AMAR.
“ Nós LGBTs estamos aqui, lutando por um mundo menos colonialista, menos elitista, menos racista e menos LGBTfóbicos. Lutamos por um mundo mais igualitário, com mais amor e mais justiça”, concluiu Matheus.