Polícia repele presença indígena na “Casa do Povo” com violência (FIB)

 

Indígenas que acampam em Brasília lutando contra as ameaças aos seus direitos foram mais uma vez recebidos com violência por órgãos institucionais. Nesta terça-feira (22), ao se aproximarem do Congresso Nacional – onde seria votado o PL 490, proposta que na prática acaba com a demarcação de terras indígenas – foram recebidos com bombas de gás e balas de borracha.

Vários indígenas foram atingidos, um deles, com um tiro de bala de borracha na costela. Ele foi encaminhado para o hospital. Outras dezenas foram intoxicados com o gás e passam mal. Mesmo com pessoas feridas e a equipe de paramédicos atendendo simultaneamente, os ataques continuaram, comprometendo inclusive, o atendimento médico.  “Estávamos com um indígena convulsionando, recebendo atendimento médico e eles atiraram, acertaram bala. Jogaram bomba com o cara convulsionando”, denunciou o coordenador executivo da APIB Dinamã Tuxá.

Toda o entorno Congresso estava cercado, afastando qualquer possibilidade de aproximação da sociedade na “Casa do Povo”. Os ataques contaram com forte aparato policial com direito à caminhão da tropa de choque e muita truculência. Na semana passada episódio parecido aconteceu na Funai, onde também foram recebidos com bombas e só reivindicavam o diálogo.

A sessão que votaria a admissibilidade do projeto na CCJ foi suspensa após os ataques e parlamentares foram até a porta do Anexo II, local dos ataques, para prestar solidariedade aos parentes e informar sobre os próximos passos legislativos.

A líder do PSOL na Câmara Fernanda Melchiona propôs que amanhã uma delegação de deputados saia em marcha, junto aos povos indígenas do acampamento #LevantePelaTerra, até o Congresso Nacional para então entrarem e participarem da sessão onde será votado o PL 490.

O objetivo é demonstrar apoio legislativo aos povos e impedir novos ataques. A única deputada indígena, Joenia Wapichana, assim com outros parlamentares como Alencar Santana, Reginaldo Lopes, Perpétua Almeida e Nilto Tatto também dialogaram com os povos e garantiram a luta na casa para barrar o projeto.

Confira momentos tensos vividos por representantes dos povos originários de todo o país: