A Nasa mostrou que, ao contrário do que dizem o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, que também é chefe do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, os incêndios na Amazônia brasileira aconteceram em áreas de florestas recentemente desmatadas.
Mourão disse em um artigo publicado no dia 19 de agosto que acontecem incêndios naturais na Amazônia, mas a floresta é úmida e fogo proveniente de raios é algo extremamente difícil de acontecer nela. Ele também apresenta informações erradas, dizendo que de 1º de maio a 31 de julho as queimadas diminuíram 7,6% quando na verdade, houve um aumento de 23% dos focos de fogo em relação ao mesmo período de 2019.
Douglas Morton, líder do laboratório de ciências da biosfera da Nasa disse que a quantidade de incêndios vista é relacionada ao desmatamento e não são pequenas queimadas relacionadas a agricultura, como afirmou Bolsonaro em uma live no dia 23 de julho, onde disse que indígenas e caboclos tocam fogo na floresta como parte de sua cultura.
Os pesquisadores também observaram que áreas próximas a rodovias, como a Transamazônica e a BR 163 concentram queimadas, mostrando o impacto dessas obras no bioma.
A Amazônia teve em junho o maior número de queimadas desde 2007, com um aumento de 20% nos focos de incêndio comparado com junho de 2019, que já havia batido recordes é chamado a atenção do mundo. Já o mês de julho teve um crescimento de 28% nos focos de fogo.
A tentativa de criminalização de movimentos e dos povos indígenas com relação às queimadas não é novidade no governo. Ano passado insinuou até que o ator e ativista ambiental Leonardo di’Caprio estava por trás das queimadas e brigadistas que combatem o fogo foram presos injustamente.