Bombeiro tenta apagar incêndio no Pantanal, próximo à Poconé (MT). Foto: A Lente

Por Lidiane Barros

Comissão da Câmara Federal criada para acompanhar as ações de enfrentamento às queimadas em biomas brasileiros quer que o Governo Federal libere militares e mais recursos para o enfrentamento aos incêndios no Cerrado, Amazônia e Pantanal.

Pedem também ao presidente Jair Bolsonaro, que seja criado um Gabinete de Crise interfederativo e interinstitucional.

“Lamentavelmente, a necessária ação, firme e coordenada, por parte das estruturas de governo (Federal e Estadual) e dos próprios poderes legislativos ainda, está muito aquém da enorme destruição em curso, que precisa ser enfrentada”, diz trecho de documento encaminhado ao presidente da República.

Os parlamentares da Câmara Federal estiveram em Poconé (a 104 km de Cuiabá), no fim de semana. Ouviram de fazendeiros a quilombolas e indígenas, passando por voluntários. Senadores da bancada mato-grossense também integraram a caravana, organizada pela coordenadora da comissão, a deputada federal Rosa Neide (PT-MT).

“A situação é dramática, especialmente em Mato Grosso, que vivencia o maior número de queimadas registradas no Estado nos últimos 10 anos”, afirma a deputada.

Os parlamentares relatam ainda a falta de equipamentos, estrutura e brigadistas para combater as chamas. “Especialmente a Vice-Presidência da República (em razão do Conselho Nacional da Amazônia Legal) e o Ministério da Defesa têm grandes responsabilidades”.

Comissão de senadores e deputados durante visita ao pantanal. Animais sofrendo na seca e após queimada. Foto Lula Marques

Sendo assim, pedem auxílio das Forças Armadas e atuação junto às brigadas até que os focos de incêndio sejam completamente extintos. E que ainda, sejam utilizadas aeronaves C-130 Hércules no combate às chamas e que todos a garantia de fornecimento de todos os materiais e equipamentos necessários para o enfrentamento efetivo da questão.

Para reforçar o pedido, destacam que a área queimada no Pantanal em 2020 já passa de 2,3 milhões de hectares, o que equivale a uma área 10 vezes maior que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas.

Desse total devastado, 1,2 milhão são em Mato Grosso e mais de 1 milhão em Mato Grosso do Sul. Segundo o Inpe, 10% do bioma já foi queimado.

Amazônia

A Amazônia mato-grossense também está em chamas. O número de queimadas entre 1º e 30 de junho de 2020 é o maior dos últimos 13 anos nesse período. Dos 2.248 focos de queimadas detectados na Amazônia em junho de 2020, 58% ocorreram no Mato Grosso (1.303). Os dados são do Inpe.

Cerrado

Da mesma maneira, o Cerrado mato-grossense também sofre com a tragédia. De primeiro de janeiro a 17 de agosto foram registrados 18.871 focos de calor. Uma das regiões de cerrado que mais tem sofrido com as queimadas é a Chapada dos Guimarães.