O maior estado da Amazônia registrou em setembro a máxima histórica de 15.700 focos ativos de queimadas, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número supera o recorde de 2005, quando haviam sido registrados 15.644 casos. O instituto passou a contar o número de focos de queimadas em 1998
De janeiro a setembro de 2020, o número parcial de queimadas em todo o Amazonas também foi maior que o total de 2019. Agosto também registrou o maior número de queimadas para um único mês nos últimos 22 anos. Especialistas apontam que 87% foram em áreas de proteção ou conservação ambiental.
Os municípios de Apuí e Lábrea, no extremo sul do Estado e fronteira com o Mato Grosso, são os mais afetados pelas queimadas nesse ano. Em Apuí, até o final da segunda semana de outubro foram registrados 2.740 focos, enquanto em Lábrea, 2.237. Os dois municípios estão na lista do Inpe como as dez cidades de todo o país mais afetadas pelas chamas.
Amazônia é o bioma mais afetado
Segundo dados do Inpe, a Amazônia é o bioma mais afetado pelas queimadas em 2020. 45,6% dos casos registrados no país durante o ano ocorreram na região. Dados mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o número de focos de queimadas registrados é o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos, enquanto em 2020, no mesmo período, 76.030.
Além das queimadas, a Amazônia Legal também registra um aumento no número de desmatamento. A região teve uma área de 964 km² sob alerta em setembro, a segunda maior em cinco anos. No Amazonas, o município de Lábrea, que também registra o segundo maior em número de queimadas em todo o estado durante o ano, já desmatou, em 2020, cerca de 42,06 km².