Monitor interativo bilíngue produzido por jornalistas elenca principais acontecimentos em forma de linha do tempo, refletindo a atuação coordenada do governo Bolsonaro a partir de outubro de 2018.
Há dois anos, Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República com uma campanha de ameaça a ativistas, proposta de fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente e recusa em demarcar terras indígenas, entre outras promessas desastrosas do ponto de vista socioambiental.
Entendendo que tais ameaças não eram falas isoladas do presidente mas parte de uma estratégia de consolidação de seu projeto político, um time de comunicadores independentes se uniu para acompanhar como as ações e omissões do governo federal na área socioambiental estão relacionadas entre si. A partir da pesquisa de cerca de 800 conteúdos e textos sobre o tema, foi criado o Sinal de Fumaça – Monitor Socioambiental, uma linha do tempo interativa com foco na atuação do poder público e respostas da sociedade civil nesta área.
Bilíngue e de utilidade pública, o Sinal de Fumaça – Monitor Socioambiental registra fatos e movimentos relacionados às políticas socioambientais brasileiras e já nasce com mais de 220 textos que narram os principais eventos desde outubro de 2018. A curadoria de conteúdo é feita a partir de notícias publicadas em portais confiáveis da imprensa nacional e internacional, canais oficiais do governo na internet, sites de ONGs e movimentos sociais, além de publicações do Diário Oficial; o monitoramento é contínuo e a atualização da linha do tempo é semanal.
Com objetivo de oferecer ao público uma visão geral sistemática que dê transparência à crise socioambiental no Brasil, a plataforma possibilita ao usuário personalizar a linha do tempo com a seleção de editorias, temas e personagens para aprofundar a compreensão sobre fatos e consequências em assuntos específicos.
“As conquistas e direitos socioambientais garantidos pela Constituição de 1988 estão ameaçados e sendo desmantelados em tempo recorde pelo governo Bolsonaro”, explica Rebeca Lerer, jornalista, ativista de direitos humanos e coordenadora do Sinal de Fumaça. “A crise ecológica brasileira obviamente é bem anterior a 2018, mas nosso monitoramento mostra que o atual governo tem agido de forma sistemática e sem precedentes para acelerar o desmonte da estrutura de proteção e desenvolvimento socioambiental no país. As tais reformas infralegais começaram no primeiro dia da gestão Bolsonaro, bem antes do ministro Ricardo Salles verbalizar sua “boiada” na reunião ministerial de abril de 2020″, completa Rebeca.
Sem a pretensão de cobrir todo o noticiário socioambiental, a ferramenta visa servir conteúdo selecionado a pesquisadores, jornalistas, ambientalistas, ativistas, estudantes, economistas, investidores, assessores parlamentares, organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais na consulta dos temas de seu interesse. Apresentando os resultados deste monitoramento de maneira categorizada desde outubro de 2018, o Sinal de Fumaça ainda atua como eficiente espaço de preservação de memória dos fatos e combate a fake news.
Sinal de fumaça – monitor socioambiental é uma realização da Agência Lema, sob a coordenação geral da jornalista e ativista de direitos humanos Rebeca Lerer, a redatora Julia Alves e o editor bilíngue Pedro Nogueira.