Foto: Observatório do Clima

Em meio às várias crises de saúde pública, sociopolíticas e econômicas que o mundo continua enfrentando ao entrar no novo ano, ativistas climáticas estão se preparando para a próxima Greve Climática Global em 19 de março para exigir ações imediatas, concretas e ambiciosas por parte de líderes mundiais em resposta à crise climática que está em curso.

Parte do que elas querem destacar na próxima greve é ​​a urgência de ações imediatas perante os desastres relacionados ao tempo e ao clima que devastaram vários países no ano passado, desde os incêndios florestais que atingiram partes da Austrália, América do Norte e América Latina, até às secas na África, e as tempestades que assolaram a América Central e o Sudeste Asiático.

“A ciência é clara: as mudanças climáticas estão exacerbando os desastres naturais ao tornar esses eventos mais fortes, mais intensos, mais frequentes e, portanto, mais destrutivos”, disse João Duccini, ativista climático do Brasil. “A crise climática não é uma catástrofe distante. Ondas de calor, secas, inundações, furacões, deslizamentos de terra, desmatamentos, incêndios, perda de moradias e disseminação de doenças – é com isso que as pessoas e áreas mais afetadas estão lidando com cada vez com mais frequência nos dias de hoje. Nossas vidas dependem de ações imediatas”.

“Já se passaram cinco anos desde que o Acordo de Paris foi assinado. Já se passaram 3 anos desde que o relatório alarmante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi lançado”, disse Maya Ozbayoglu da Polônia. “Vários países em todo o mundo se comprometeram com promessas aparentemente ambiciosas de alcançar emissões ‘zero líquido’. Promessas vazias como essas podem ser um fenômeno muito perigoso, porque dão a impressão de que ações suficientes estão sendo tomadas, mas na verdade não é o caso, pois essas metas estão cheias de falhas, contas criativas e suposições não científicas”.

Por mais de dois anos, jovens ativistas climáticas de todo o mundo têm feito greves e saído às ruas para exigir justiça climática. Agora, com a pandemia COVID-19, as ações tomarão diferentes formas em diferentes lugares, mas nosso apelo por #ChegaDePromessasVazias está unindo as pessoas além das fronteiras, sob o mesmo objetivo de obter ação climática imediata.

“Se não agirmos agora, sequer teremos a chance de cumprir as metas de 2030 e 2050 que os líderes mundiais tanto falam”, disse Mitzi Jonelle Tan, das Filipinas. “O que precisamos agora não é de promessas vazias, mas sim metas anuais obrigatórias de carbono e cortes imediatos nas emissões em todos os setores da nossa economia”.

“Quando sua casa está pegando fogo, você não espera 10, 20 ou 30 anos antes de chamar o corpo de bombeiros. Em caso de emergência, você age o mais rápido que puder.” disse Greta Thunberg da Suécia.