A primeira etapa da formação de um corredor de biodiversidade que conecta a Amazônia e o Cerrado, acaba de ser concluída. Mais de 80 mil árvores nativas já foram plantadas no município de Santana do Araguaia, no Pará.
O projeto realizado pela Black Jaguar Foundation pretende reflorestar 1 milhão de hectares ao longo de 2.600 km com 40 km de largura, às margens do Rio Araguaia e parte do Rio Tocantins. O corredor verde passa também por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Maranhão.
Boa parte dessas áreas foi degradada ou desmatada e assim, renascerá com o plantio de espécies nativas do Cerrado e da Amazônia: 1,7 bilhão de árvores, segundo estimativa.
Segundo os idealizadores do projeto, no caso do Cerrado, mais de 70% de seu habitat natural já foi desmatado para fins agrícolas. O Corredor irá conectar os 30% de “bolsões de floresta nativa” que restam, uns com os outros.
Isso possibilitará o salvamento de milhares de espécies e consolidará um esforço massivo de reflorestamento, convertendo parte das terras agriculturáveis em florestas nativas da Amazônia e do Cerrado.
Para que o projeto fosse realizado em larga escala, a fundação tem buscado a parceria com produtores rurais, afinal, no trecho que compreende 112 municípios o corredor atravessa 23.997 imóveis rurais, sendo que 96% são propriedades privadas. Para se integrar, cada uma das fazendas, destina 20% de sua área às novas áreas de conservação. Dos quase 24 mil imóveis, 13.148 propriedades têm déficit de áreas de preservação permanente e reserva legal.
É então que as reservas naturais criadas em áreas particulares se conectarão a parques nacionais e reservas indígenas, formando um mosaico de habitats naturais.
Um estudo de viabilidade indica que a recuperação do meio ambiente é rentável. O cálculo apontou que a recuperação da vegetação pode gerar US$ 21,1 bilhões em benefícios econômicos em 50 anos. Isso ocorreria com a restauração associada à implantação de sistemas de produção agroflorestal.
Outros benefícios incluem criação de 38 mil empregos, redução de 527 milhões de toneladas na erosão do solo, captura de 262 milhões de toneladas de carbono decorrente do plantio de árvores, entre outras grandes vantagens.
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