Foto: Liga dos Camponeses Pobres

No último dia 2 de outubro, dois policiais morreram com tiros de arma de fogo em uma fazenda no município de Nova Mutum, em Rondônia. A fazenda é ocupada por 2 mil famílias da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), que denuncia perseguição contra o movimento. A LCP em Rondônia afirma que não houve participação de integrantes do Acampamento Tiago dos Santos na morte dos policiais.

Os camponeses ocupam a fazenda do latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como ‘Galo Velho’. O fazendeiro foi preso em julho deste ano na Operação ‘Amicus Regem’ da Polícia Federal, acusado de grilagem de terras.

O movimento sugere que os policiais mortos atuavam como seguranças particulares da fazenda, mas que não houve confronto com eles.

A alegação das autoridades policiais é que os PMs foram vítimas de uma emboscada, o que é negado pela LCP. “É impressionante como mentem e são covardes. Se houve como disseram um confronto entre camponeses e policiais, deve haver camponeses feridos. E quem vai responder a esta pergunta?”, questiona o movimento em carta pública.
Até o momento, o Governo de Rondônia não afirma que os tiros que acertaram os PMs partiram de integrantes do movimento. Entretanto, os camponeses temem que uma ação de guerra esteja sendo montada para expulsar as famílias do local.

O Governo de Rondônia mantém 100 policiais ao redor da fazenda e afirmou que irá conduzir uma operação para captura de suspeitos até o início da próxima semana.

Conflitos agrários

Rondônia é o segundo estado do Brasil em número de assassinatos relacionados à luta no campo desde 2018. Seis crimes do tipo foram registrados no estado somente no ano passado. Os dados são do último levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Todos os seis assassinatos aconteceram em cidades do interior do estado que, segundo o levantamento, são áreas de intenso conflito agrário.

Já nos anos de 2015 e 2016, Rondônia chegou a liderar o ranking de violência no campo.