Iranduba é um exemplo do que se repete em municípios do interior do Amazonas (Foto: Samara Souza)

Há oito meses Manaus vivenciou o primeiro colapso da saúde pública, em decorrência da pandemia de Covid-19. Iranduba, por ser o município  mais próximo da capital, sentiu imediatamente os efeitos. Com uma população de 49 mil habitantes e sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a cidade é exemplo do que se repete em municípios do interior do Amazonas devido o aumento dos casos do novo coronavírus.

Para ir até o município de Iranduba são quarenta minutos de viagem, saindo  de  Manaus. Obras nos trechos da estrada AM-070 dificultam o tráfego de pacientes em busca de leito na capital amazonense. As marcas da pandemia estão por toda parte, ainda durante o percurso é possível observar grande movimentação em um cemitério particular.

 

Vidas Irandubeses Importam

 

A iniciativa Vidas Irandubenses Importam arrecada doações para as unidades de saúde (Foto: Samara Souza)

Segundo o boletim divulgado pela Prefeitura de Iranduba, o município chegou a contabilizar 29 óbitos no período de uma semana. Relatos de moradores dão conta de que o Hospital Hilda Freire, com apenas 30 leitos e referência para  tratamento de covid-19 ,  chegou a  ficar 12 horas sem oxigênio, causando pânico nos familiares que tinham parentes internados. A falta de oxigênio na cidade fez com coletivos de amigos se reunissem para ajudar as famílias afetadas pela covid-19.

Nesse contexto de urgência, a iniciativa Vidas Irandubenses Importam começou a se mobilizar para divulgar listas de itens de extrema necessidade nas unidades de saúde.

O primeiro foco da iniciativa foi conseguir oxigênio, em seguida foi identificada a necessidade de arrecadação de alimentos e cuidados psicológicos para os acompanhantes. “A cada hora que o oxigênio acabava, era um desespero, um choro, um clamor, era uma tristeza só”, conta Marciely Gerônimo.

Por Samara Souza e Juliana Pesqueira