A JBS, Marfrig e Minerva compraram gado de 379 fazendas com 20 mil campos de futebol de desmatamento ilegal (Foto: Revista Rural)

Um relatório da Global Witness apresenta a relação estreita entre a carne bovina, os bancos e o desmatamento na Amazônia Brasileira.

Segundo o texto, em apenas um estado da Amazônia, em três anos, as gigantes da carne JBS, Marfrig e Minerva compraram gado de 379 fazendas com 20 mil campos de futebol de desmatamento ilegal.

Além disso, essas empresas não monitoraram outras fazendas com um total estimado de 140 mil campos de futebol desmatados para verificar se estavam cumprindo suas promessas de não desmatamento.

A investigação da Global Witness também lança dúvidas sobre a veracidade das auditorias feitas pela gigante norueguesa DNV-GL e sua rival americana Grant Thornton, que alegaram, por diversas vezes, que JBS, Marfrig e Minerva estavam cumprindo seus compromissos. Contudo, de acordo com o relatório, essas auditorias deixaram de identificar um grande número de casos de gado proveniente de áreas desmatadas.

E mesmo assim, “instituições financeiras mundialmente famosas, como Deutsche Bank, Santander, Barclays, BNP Paribas, ING e HSBC continuam financiando essas empresas, apesar dos muitos alertas sobre suas falhas”, diz o documento.

O estudo da Global Witness também explica como empresas brasileiras de carne bovina e seus financiadores internacionais dão um “greenwash” (verniz ecológico) em sua ligação com o desmatamento da Amazônia.

A Global Witness é uma ONG internacional criada em 1993 para averiguar vínculos entre a exploração de recursos naturais e conflitos, pobreza, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial.