Situado no interior do Pará, o acampamento Quintino Lira, em Santa Luzia, tem sofrido fortes ataques por meio de pulverizações de veneno aéreo, que provocaram intoxicações. A denúncia feita pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) dá conta de que aviões estão sendo usados para a pulverização de agrotóxicos, atingindo plantações e moradias.

De acordo com os moradores do acampamento, a ação afeta a saúde e a economia da comunidade que vive da agricultura familiar.  “Todas as nossas roças estão destruídas. Além de estarmos sofrendo com a Covid-19, ainda temos mais esse problema para enfrentar. Isso porque dizem que o agro é tec, o agro é top, o agro é tudo. O Agro é tudo que destrói, tudo que mata, tudo que não deixa o camponês viver no campo”, conta um dos produtores.

Muitos camponeses sofreram com intoxicações (Foto: MST/Pará)

Ainda segundo relatos, as famílias que estavam nos lotes trabalhando durante a pulverização tiveram que sair, incluindo mulheres grávidas que passaram mal. A Secretaria de Meio Ambiente de Santa Luzia foi acionada pelo MST.

A suspeita é de que a ação tenha sido orquestrada pelo proprietário da Fazenda Bom Jesus, que faz divisa com o acampamento Quintino Lira. Em 2020, o governo Bolsonaro aprovou a utilização de 493 novos agrotóxicos, 19 a mais que em 2019.

O MST também acionou a justiça contra o crime. Após as denúncias, uma equipe médica esteve na comunidade para dar assistência às pessoas com sintomas de intoxicação pelo veneno.