Oito de nove estados da Amazônia estão na berlinda do ranking nacional da vacinação. Os dados do consórcio de veículos de comunicação divulgados nesta sexta-feira (2) apontam que Roraima, Tocantins, Rondônia, Amapá, Maranhão, Mato Grosso e Acre, respectivamente, ocupam os últimos lugares. O Pará está na 18ª posição.
Por sua vez, o Amazonas, figura em terceiro lugar, com 10,32% da população vacinada. Depois do caótico janeiro, registra queda do número de mortes em 80%, mostrando que a imunização surte efeito. Enquanto isso, os outro oito estados sofrem com o preocupante índice de vacinação, em um cenário que evolui vorazmente para a alta de casos e número de mortes.
Confira a colocação dos estados do norte do Brasil no ranking de vacinação contra a Covid-19:
- MS 11,34%
- BA 11,27%
- AM 10,32%
- RS 10,29%
- PB 10,23%
- SP 10,21%
- DF 9,94%
- PR 9,92%
- CE 9,52%
- PE 9,19%
- ES 8,83%
- RN 8,75%
- SC 8,4%
- PI 8,29%
- SE 8,28%
- MG 7,6%
- AL 7,59%
- PA 7,2%
- RJ 7,07%
- GO 6,85%
- RR 6,8%
- TO 6,13%
- RO 6,1%
- AP 5,89%
- MA 5,73%
- MT 5,41%
- AC 5,26%
Um dia de vacinação conta muito, mas neste feriado algumas prefeituras decidiram suspender a vacinação: Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Belém (PA), por exemplo. Já em Rio Branco (AC), a interrupção foi causada pela falta de doses.
Vale ressantar que nesta sexta-feira (2), pelo sétimo dia seguido, a média diária de mortes no Brasil bateu recorde: 3.119 vidas foram perdidas e a média de contaminados diariamente, foi de 73.993. Com os novos dados, o Brasil atinge a triste marca de 325.559 mortes desde o início da pandemia e 12.842.717 casos de contaminação.
E assim, aquela que é a esperança de tempos melhores, a vacina, demora a chegar. Afinal, sem negociações fechadas no ano passado, atualmente, o Brasil só pode contar neste momento com as produções de vacinas pela Fio Cruz (Astrazeneca/Oxford) e Butantan (Coronavac).
E, se alguns estados não tivessem suspendido a vacinação, talvez essa marca tivesse sido melhor: segundo o consórcio de veículos de comunicação, até esta sexta-feira (2), 18.853.892 pessoas foram vacinadas com a primeira dose, o que representa 8,9% da população, enquanto 2,49% receberam a segunda dose, 5.272.023 pessoas.
População à deriva
Por enquanto, governantes e a população patinam sem muitos avanços. Ao que parece, presos em um redemoinho, as ações dos gestores são descoordenadas. Há inércia na busca por mais doses e muitos preferem atender o setor produtivo que financiou um novo mandato, a adotar medidas mais restritivas.
Uma longa lista de serviços ditos essenciais previstos em decretos, que fecham parques e abrem academias e igrejas enquanto houver a luz do sol fazem a população sentir que a vida segue na normalidade que tanto esperam. Afinal, como interromper atividades e ficar sem suporte?
A desculpa é de que protocolos sanitários estão sendo cumpridos, mesmo sabendo que o mais importante para frear a curva ascendente de contaminação e de casos de morte, é o distanciamento social. Há até mesmo governantes com postura criminosa que seguem na defesa de terapias ineficazes, condenadas pela ciência.
Também são recorrentes quedas de braço políticas entre governadores e prefeitos que não se entendem e agravam ainda mais um cenário marcado pela falta de unidade nacional, em todos os níveis: municipal, estadual e federal.
Quantos casos não evoluíram para a morte, por exemplo, porque a maior liderança do país desconsidera o uso de máscara e defende tratamento à base de remédios que desencadeia, no presente, uma geração de doentes crônicos?