Reprodução Instagram

O mundo do grafite, assim como diversos outros setores, são de acesso limitado às mulheres pelo machismo estrutural que existe. O grafite também é uma dessas áreas, mas algumas mulheres na região Norte estão quebrando as barreiras e disputando seus espaços nas ruas com os homens e o imaginário através da arte, além de buscarem seu espaço no grafite, também trabalham para empoderar outras mulheres, como Chermie Ferreira.

Artista das ruas de Manaus (AM), a grafiteira Chermie Ferreira começou sua trajetória no hip hop. “Comecei a fazer grafite para ajudar mulheres a disputar esse espaço que antes, era predominante dos homens”. Desde 2008 ela realiza eventos que fomentam a integração feminina.

O mais novo deles é o Yapai Waina, que ocorre entre os dias 13 e 15 de maio em Presidente Figueiredo (AM). A seu lado na organização, está Kina Kokama. Ambas, reverenciam sua ancestralidade. Yapai waina quer dizer “levante da mulher”.

Um encontro virtual no primeiro dia reúne profissionais das artes e pesquisadoras. A dupla de rappers, Lary Go e Estrela e a cantora Elizete Tikuna apresentam repertório à ocasião. Nos dias seguintes, de posse de tintas, pincéis e sprays, elas realizam uma ação coletiva para pintar o muro do túnel que virou a Galeria Zé Amador, produtor cultural que fez do espaço – antes abandonado – a maior biblioteca a céu aberto da Amazônia. Tem mulheres incríveis fazendo muita arte nos muros e outros espaços das cidades, é preciso dar visibilidade e valorizar estes trabalhos.

Conheça 5 grafiteiras do norte pra você seguir!

Chermie, Manaus (AM)

@ruido.das.aguas

Chermie Ferreira é grafiteira e muralista. Em seus trabalhos, defende a iconografia das raízes ribeirinha e amazonense. Pioneira na cena da arte urbana no Amazonas, foi a primeira mulher a realizar um festival de grafite focado nas mulheres da região Norte. Atualmente, idealiza também o Graffiti Queens Festival, cuja primeira edição ocorreu em São Paulo, em 2019. Além disso é fundadora do Projeto Graffiti Queens e editora da publicação digital e impressa Revista Graffiti Queens.

Ester Anedino, Rio Branco (AC)

@esagrafittiac 

Ester nasceu em Rio Branco (AC) e adentrou o universo das artes visuais urbanas sendo ajudante geral na TRZ Crew Grafite e Arte, coletivo ao qual integra nos dias atuais, sendo a única mulher do grupo. Ela começou utilizando a técnica do stencil e hoje domina o desenho e pintura de suportes diversos. Das temáticas mais presentes em seus trabalhos destaca-se a representatividade da mulher negra. Ela também integra o coletivo Graffiti Queens e Aquiry Crew.

Tyna, Manaus (AM)

@tynag_

De Manaus, Tina Guedes é graduanda no curso de Design gráfico pela Universidade do Norte (Uninorte). Ela é escritora de grafite, como são chamados os artistas dessa modalidade de pintura. Baseia seus estudos em técnicas e estilos de graffitis tais como: wild style, piece, throw-up e free style. Atualmente, também integra o coletivo Trakinas Crew e Graffiti Queens. Ela ainda organiza e participa como artista no evento Inter-Ação, que ocorre anualmente em Manaus, tendo como objetivo reunir grafiteiros de todas as zonas de Manaus para debater oportunidades de desenvolvimento da arte, visando também disseminar a cultura do hip hop na sociedade.

Kyna Kokama, Manaus (AM)

@kina092

Kina, nascida em Manaus (AM) tem nove anos de experiência com o grafite. Em seus trabalhos realça o orgulho à ancestralidade indígena, que vem do povo kokama. Em sua arte, Kina dedica-se a enaltecer o poder da mulher, a força da natureza e a a luta dos povos indígenas.

Luci, Macapá (AP)

@eindige

Luci tem 26 anos e trabalha com pintura tradicional, ilustração digital e grafite. Pauta sua prática criativa e temática dentro das artes em sua própria experiência enquanto mulher não-branca no Amapá, buscando capturar narrativas comuns dentro desses recortes através de cores marcadas e personagens femininas vibrantes.