Foto: Victor Moriyama / ISA

Na noite deste domingo (16), os moradores da Comunidade de Palimiú, na TI Yanomami em Roraima, sofreram novo ataque. Os garimpeiros que rondam suas casas impondo terror, além das armas de fogo, utilizaram bombas de gás.

Essa é uma arma química. Quando inalado o gás, a vítima tem acessos de tosse que podem evoluir para a asfixia e aperto no peito.

O vice-presidente da Associação Hutukara, Dário Kopenawa diz que crianças, jovens e adultos estão se sentindo muito fracos depois do novo atentado.

O ataque à comunidade no domingo ocorreu por volta das 21h40. Ao todo 15 barcos de garimpeiros se aproximaram contra a comunidade.

“Além dos tiros, havia muita fumaça e que seus olhos estavam ardendo, indicando o disparo de bombas de gás de gás lacrimogênio contra os indígenas. Os yanomami estavam muito aflitos, e gritavam de preocupação ao telefone. Ao fundo, era possível escutar o som dos tiros, relatou o vice-presidente da Associação Yanomami Hutukara.

Ele assina ofício encaminhado na manhã desta segunda-feira (17) à Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami da Funai; à superintendência da Polícia Federal em Roraima; à 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército e ao Ministério Público Federal em Roraima, solicitando – mais uma vez – a instalação de um posto avançado na comunidade, em regime de urgência, com o objetivo de manter a segurança no local e no rio Uraricoera.

E ao Exército, especialmente, que promova apoio logístico imediato para ações dos demais órgãos públicos.

“Reiteramos o pedido aos órgãos que atuem com urgência dentro de seu dever legal para impedir a continuidade da espiral de violência no local e garantir a segurança para a comunidade Yanomami de Palimiu, antes que conflitos de mais grave natureza ocorram”, alertam.

Na quarta-feira (12) o MPF ingressou com pedido de liminar na Justiça Federal para que a União destacasse imediatamente, forças de segurança para a comunidade de Palimiú.

A 2 ª Vara da Justiça Federal acatou o pedido e determinou na quinta-feira (13) que o Governo Federal teria que comprovar o envio de tropas policiais sob pena de multa. Até o momento, a comunidade segue desprotegida.