Na imagem, garimpo ilegal nas proximidades do rio Uraricoera (Dário Kopenawa Yanomami/Associação Hutukara/2020

 

A tensão na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, continua. Mais uma aldeia foi atacada a tiros e bombas de gás lacrimogêneo por garimpeiros. A ação aconteceu no último sábado, 5. A comunidade atacada é a Maikohipi, na região chamada Palimi ú, onde estão localizadas sete comunidades Yanomami. Essas aldeias ficam à margem do rio Uraricoera, em Roraima. Os criminosos estavam em quatro barcos e ameaçaram os 580 moradores de Maikohipi.

Dário Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY), encaminhou um novo ofício na segunda-feira, 7, ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF), ao Exército e à Funai, cobrando ações imediatas na comunidade.

Entre os dias 12 de maio e 4 junho de 2021, conforme a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, o Exército apoiou as ações da PF, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), da Fundação Nacional do Índio e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami na Comunidade Indígena Palimi ú, e nas áreas de garimpos ilegais.

A ação resultou na desativação de 7 garimpos ilegais a partir da inutilização de 35 motores para garimpagem, 10 geradores/motores de energia, 1 embarcação, 4.500 litros de óleo diesel, 1 solda elétrica e a apreensão de 50 munições Cal 20, 4 munições Cal 38 e 750 gramas de mercúrio. Há mis de 20 mil invasores praticando grimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, e o STF já ordenou a desintrusão da TI em 24 de maio, em decisão feita em caráter liminar.