Ativista Iggy Fox e ativista anglo-brasileira detidos após protesto na Embaixada brasileira em Londres. (Foto: Terry Matthews)

Ativistas ambientalistas que protestaram em frente à Embaixada do Brasil em Londres, no Reino Unido, foram processados e condenados pela Justiça britânica. Estudo mostrou que a Amazônia passou a emitir em 2021 mais dióxido de carbono do que é capaz de absorver, lideranças políticas como Jair Bolsonaro agem para a destruição de biomas, e não são julgados por isso, enquanto 5 pessoas são levadas à julgamento por causarem danos reversíveis em um prédio, diferente do que foi causado à floresta Amazônica.

Em protesto no dia 13 de setembro de 2019, mesma data da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas que aconteceu em Brasília, seis ativistas britânicos jogaram tinta vermelha na embaixada brasileira, e estamparam sua fachada com frases como “pare o ecocídio”, “caos climático” e “chega de sangue indígena”, entre outras, e 3 deles se colaram em diferentes partes do edifício. Por estas ações, o grupo foi acusado pela UK Crown Prosecution Service de cometer danos criminais na Embaixada do Brasil, neste protesto que foi não violento. Iggy Fox, biólogo da vida selvagem que era um dos acusados, faleceu em fevereiro de 2020, mas outros quatro acusados foram julgados, e um juri formado por 12 pessoas os considerou culpados. Apesar dos réus, que optaram por fazer suas próprias defesas terem abordado a emergência climática e a situação atual da Amazônia, a beira de um colapso por queimadas e desmatamento, a decisão foi favorável a Embaixada, que teve um prejuízo de cerca de 10 mil libras.

As queimadas que devastaram a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado em 2020, prometem ser piores este ano, com incêndios terríveis já destruindo riquezas naturais e matando animais. Ano passado aconteceu o Dia do Fogo, com diversas pessoas realizando queimadas de forma orquestrada na Amazônia e também Pantanal, e quem cometeu esses crimes não está sendo julgado, enquanto pessoas que protestam exatamente pra proteger as florestas brasileiras, sofrem exatamente o oposto, colocando como crime maior jogar tinta em um prédio do que queimar nosso patrimônio natural. Os valores estão invertidos, é necessário denunciar essa arbitrariedade, que condenam pessoas que lutam em defesa da Amazônia e favorece quem a destrói. Isso demonstra que o sistema de Justiça está corrompido tanto no Reino Unido quanto no Brasil.

É importante se mobilizar para mostrar o absurdo que acontece contra as florestas e rios no Brasil, e se posicionar contra uma justiça que condena quem protege a natureza e protege quem condena a humanidade a dias muito piores.