Ao deixar Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles perdeu foro privilegiado (Agência Brasil)

 

Perícia da Polícia Federal realizada a partir de informações levantadas com a colaboração dos Estados Unidos, reforça os indícios do uso de documentos falsos para “lavagem” de produtos florestais, numa tentativa de validar madeira extraída ilegalmente, para exportação.

Segundo o relatório, “dúvida não há de que os produtos florestais apreendidos pelas autoridades norte-americanas ou são oriundos, em sua maior parte, de áreas de concessão florestal no interior da Florestal Nacional de Altamira [PA], ou foram extraídos de outras áreas, provavelmente próximas, mas legalizados por meio de documentos ideologicamente falsos dessas mesmas concessões”.

Os documentos foram emitidos mais de oito meses após o final dos sinais de exploração florestal detectados em imagens de satélite. “É bastante inusual e reforça a possibilidade de ‘lavagem’ de produtos florestais de outras áreas a partir de documentos emitidos por essa origem”, ressalta a PF.

Esses seriam rastros do que pode vir a confirmar esquema de exportação ilegal de madeira investigado na operação Akuanduba: Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente e Eduardo Bim, ex-presidente do Ibama são alvos da investigação. Empresas que atuam com extração ilegal de madeira teriam pressionado a direção do Ibama por ajuda na liberação de cargas ilegais retidas por autoridades dos EUA.

A perícia dos documentos foi solicitada para que a investigação tenha continuidade na Justiça Federal do Pará. Ao pedir demissão, Salles perdeu o foro privilegiado que levou a apuração a tramitar no Supremo Tribunal Federal.