Foto: Corpo de Bombeiros/MS

Não é nenhuma novidade que o Pantanal é um dos biomas mais afetados pela seca e queimadas dos últimos anos. Segundo cientistas, se o desmatamento na Amazônia continuar de forma acelerada, o planeta continuar aquecendo e se a exploração permanecer no Cerrado, o Pantanal terá um futuro de seca extrema. Muitos sinais evidenciam a gravidade que a maior planície alagável do mundo está enfrentando, principalmente nos últimos anos.

Para que o Pantanal continue existindo, outros biomas como Cerrado e Amazônia, precisam estar protegidos. O Cerrado por exemplo é fundamental para a conservação dos rios pantaneiros. Isso porque, o Pantanal é banhado por rios que nascem, especialmente, nas cabeceiras dos rios do Cerrado, e outra parcela na Amazônia.

Com o superaquecimento do planeta, a seca no Pantanal será mais devastadora. O coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), alerta que “com cenário que basicamente esquece os acordos internacionais, a Amazônia poderia colapsar e parte do Pantanal poderia ser comprometida. Com o colapso na Amazônia, a incidência de chuvas cai no Pantanal. Quando mais rápido aquece, mais teremos a seca nestes cenários extremos”.

As grandes transformações que a paisagem pantaneira vem passando, principalmente devido a intervenção do homem, como por exemplo, o plantio exótico, também preocupa.

“A vegetação nativa está sempre ali em equilíbrio, mesmo que você use o boi nessa vegetação. Agora quando você remove tudo e faz o plantio da exótica, como está sendo feito aproveitando a seca, o equilíbrio natural é perdido. O Pantanal é regulado pelo fluxo de cheia e de seca. Nesses últimos anos, as cheias têm sido, tanto em extensão quanto na duração. Muito proprietários aproveitam essa seca para fazer a conversão das áreas de pasto nativo para pastos plantados com uma vegetação exótica e isso a conservação da biodiversidade e a água no Pantanal”, contou Rosa, coordenadora do MapBiomas ao G1.

Registro que a equipe da reportagem de A Lente fez do Pantanal no período crítico de estiagem deste ano (A Lente)

Outro grande problema que compromete a existência do Pantanal é relacionado a escassez das chuvas, que também é um resultado das mudanças climáticas, faz com que a terra fique mais seca, ou seja, mais suscetível ao fogo. O que pode provocar a perda da sua maior característica, a água, caso isso aconteça, ele deixará de existir. Importante dizer, que o Pantanal é a maior planície alagável do mundo.

Para comprovar as fragilidades e ameaças ligadas ao pantanal, vamos aos dados. Somente em 2020, mais de 21 mil focos de incêndios foram registrados, um recorde de toda a série histórica coletada pelo instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1990. O homem esteve diretamente ligado a maior parte desses incêndios.

Um outro estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e organizações não-governamentais, aponta que cerca de 17 milhões de animais vertebrados morreram no Pantanal ano passado em decorrência as queimadas.

Diante de tantos desmontes, seguimos esperançosos, no entanto, é preciso mudar muita coisa, principalmente o atual governo que nada faz pela preservação dos biomas brasileiros.