Se a qualidade do ar fosse melhor, a expectativa de vida seria melhor (Alexandre Maragos / Getty Images)

 

Em meio a resultados vergonhosos da cop26 diante da emergência que o planeta está vivendo, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), publicou há alguns dias, dados referentes a cinco gases nocivos à saúde e ao meio ambiente. Reforçando ainda que a poluição está diretamente ligada às mudanças climáticas, o que gera impacto direto no aquecimento do planeta.

A pesquisa destaca que pelo menos 7 milhões das mortes anuais são provenientes da poluição atmosférica, e que cerca de 90% da população mundial respira ar que excedem os níveis estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O diretor do Pnuma, Valentin Foltescu, afirma que se o mundo usasse a capacidade e conhecimento que possui para melhorar a qualidade do ar, a expectativa de vida, a saúde humana e do ecossistema se elevariam.
É certo dizer que de nada se vale tanto conhecimento, se este é usado pela maioria para exclusivamente destruir em troca de lucros “passageiros”.

Conheça agora os cinco gases poluentes atmosféricos mais perigosos:

PM2.5

As PM2,5 são partículas finas invisíveis a olho nu, embora sejam perceptíveis como névoa em áreas altamente poluídas e presentes dentro e fora de casa. Suaas partículas é resultado da queima de combustíveis impuros como, resíduos agrícolas, atividades industriais, transporte e poeira levada pelo vento, entre outras. Elas podem ser emitidas diretamente ou formadas na atmosfera a partir de diversos poluentes emitidos. As emissões penetram profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, aumentando o risco de morrer de doenças cardíacas e pulmonares, derrame e câncer.

Ozônio ao nível do solo

O ozônio ao nível do solo é um poluente climático de curta duração, no entanto, é um forte gás de efeito estufa. Ele se forma quando poluentes da indústria, tráfego, resíduos e produção de energia interagem na presença da luz solar. Ele provoca a piora da bronquite e enfisema, desencadeia a asma, danifica o tecido pulmonar e reduz a produtividade agrícola. A exposição ao ozônio causa cerca de 472 mil mortes prematuras a cada ano. Como o gás impede o crescimento de plantas e florestas, ele também reduz a quantidade de carbono que pode ser sequestrado.

Dióxido de nitrogênio

Os óxidos de nitrogênio são grupos de compostos químicos poluentes do ar, incluindo dióxido de nitrogênio e monóxido de nitrogênio.

O dióxido de nitrogênio é o mais prejudicial desses compostos e é gerado a partir da combustão de motores a combustível e da indústria. Ele pode danificar o coração e os pulmões humanos, além de reduzir a visibilidade atmosférica em altas concentrações e é um precursor crítico para a formação de ozônio ao nível do solo.

Carbono Negro

O carbono negro, ou fuligem, é um componente do PM2.5 e é um poluente climático de curta duração. São emitidos através de queimas agrícolas e incêndios florestais que às vezes são as maiores fontes mundiais de carbono negro. Também vem de motores a diesel, queima de lixo e fogões e fornos que queimam combustíveis fósseis e de biomassa. Ele causa problemas de saúde e morte prematura e aumenta o risco de demência.

Metano

É um potente gás de efeito estufa. Molécula para molécula, o metano tem mais de 80 vezes o poder de aquecimento do dióxido de carbono. O metano vem principalmente da agricultura, especialmente pecuária, esgoto e resíduos sólidos, e produção de petróleo e gás. A redução das emissões desses gases causadas pelos humanos, que responde por mais de metade do total, é uma das as formas mais eficazes de combater as alterações climáticas.

Ele contribui para doenças respiratórias crônicas e morte prematura. A pesquisa do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Ipcc, mostra que o metano é responsável por pelo menos um quarto do aquecimento global.