Foto: Denis Peglow

Por Teca Curio para Casa NINJA Amazônia

O Rio Grande do Sul (RS) vive uma das piores estiagens em 17 anos, já são 159 municípios sob emergência, as cenas que presenciamos no interior das propriedades são devastadoras. Peixes morrendo na beira dos rios secos e plantações inteiras perdidas.

Mais de cinco mil famílias de agricultores estão sem acesso à água até para uso nas casas.

Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os índices pluviométricos estão em queda sistemática há vinte anos, uma consequência direta do aquecimento global. Os agricultores já sentem isso no dia a dia das propriedades e dizem que o clima enlouqueceu.

O drama aumenta quando percebemos que não existem políticas públicas eficazes que criem mecanismos que auxiliem os produtores rurais. Representantes de movimentos sociais e pequenos agricultores cobraram atitudes mais enérgicas do governo do estado do RS, e pediram que a PL nº 115/2021, que prevê um crédito emergencial para os agricultores gaúchos, seja votada o quanto antes.

A situação se agravou na semana passada com a falta de energia elétrica na área de concessão da Rio Grande Energia (RGE). Um vídeo que viralizou na internet mostra a agricultora Aline Lohmann jogando leite azedo em frente à sede da RGE, distribuidora de energia ligada ao grupo CPFL, em Lajeado. Aline diz que “foi um grito de socorro, de desespero, em junho de 2021 ficamos 96 horas sem luz, dessa vez foram 50 horas sem luz, tivemos muitas perdas.”


O vídeo de Aline motivou uma reunião solicitada pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT) ao procurador-geral de Justiça do RS, Marcelo Dornelles. Na reunião, a RGE  prometeu exibir um plano de manutenção preventiva em 21 de fevereiro.

Os produtores pedem que o governo do estado decrete situação de emergência, pois logo as famílias começarão a passar fome e sede na roça. É urgente medidas que pensem uma forma sustentável de gerir os processos de crises no campo, as mudanças climáticas se intensificam cada dia mais e precisamos pensar em formas alternativas de produção de alimentos e sobrevivência do povo do campo.