Multiplicam-se nas redes declarações, movimentos e iniciativas de apoio à causa SOS Yanomami

Lideranças Yanomami e Ye’kwana se manifestam contra o garimpo, um dos vetores de doenças na TIY (Reprodução ISA: Foto de Victor Moriyama)

Desde o mais recente alerta da Urihi Associação Yanomami acerca do grave quadro de desnutrição dos indígenas, em Roraima, que provocou a visita do presidente Lula ao território, no sábado (21). E, em meio ao falecimento da idosa indígena da aldeia Kataroa, no último domingo (22), multiplicam-se nas redes declarações, movimentos e iniciativas de apoio à causa SOS Yanomami.

É consenso entre pesquisadores que atuam diretamente na questão indígena que a ocupação garimpeira na região, a poluição de nascentes e fluxos de rios pelo mercúrio e o desmantelamento das políticas públicas dedicadas aos povos estão entre as causas do abandono pelo estado brasileiro da TI com maior número de garimpeiros em operação, cerca de 20 mil, de acordo com  balanço divulgado pela Articulação dos Povos Indígenas (APIB).

O ator Bruno Gagliasso publicou um chamado do Ação Cidadania, que está organizando doações de materiais urgentes e básicos, como alimentos e remédios. Os bois bumbás de Parintins, Caprichoso e Garantido, decidiram deixar a rivalidade tradicional de lado e estão recolhendo doações da campanha #SOSYanomami. A ação foi elogiada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que também replicou o pedido de ajuda humanitária nas redes sociais.

O cenário de crise sanitária fez com que o Ministério da Saúde decretasse emergência na saúde. Em visita a Boa Vista para acampar de perto a situação, o presidente Lula (PT) classificou a situação dos Yanomami como “desumana”.

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